Mãe....
lembranças distantes...que me fazem sorrir...
tempo em que tudo parecia fácil e bom.
As brincadeiras no gramado, sob o olhar vigilante da mãe pela janela da casa onde vivi minha infancia,
O consolo dado por ela quando o cachorrinho fugiu e o carro atropelou,
As pilhas de provas e trabalhos de alunos que ela, com sabedoria e paciência, corrigia um a um.Cada errinho assinalado e em cada trabalho corrigido, um comentário de apoio.
As férias, onde tudo era alegria, pois além das brincadeiras, mamãe ficava em casa, o que dava outro colorido à ocasião.
A colcha de retalhos, que durante umas destas férias, ela uniu retalhinho por retalhinho e que durante muito tempo aqueceu a todos.
As festinhas de aniversário quando tudo feito em casa, com o maior carinho, sem parafernálias de enfeites, mas com muito trabalho e alegria.
O macarrão feito em casa...a pizza dos sábados também feita em casa.
A sonequinha depois do almoço, juntas...quando isso era possível.
O sorriso sempre fácil e aberto...a paciência com os pequenos...a cultura que transbordava pela suas palavras...
Assim era minha mãe, de quem também guardo a lembrança, de, num determinado momento de sua doença, me olhar nos olhos e dizer:- Obrigada filha!, pelo simples fato de estar ajudando a se pentear...
Eu sim que tenho que agradecer...a mãe presente que ela sempre foi, apesar de lecionar o dia todo e além disso, num certo período fazer faculdade à noite.
a mãe carinhosa, a mãe protetora ( que às vezes a gente não entendia o porquê e achava exagero), a mãe professora, a mãe conselheira, a mãe cozinheira....o anjo-mãe...
tempo que , para mim, tudo era fácil e bom...para ela ,às vezes não...
Mãe,pela primeira vez, deixo escrito uma partezinha do que sinto com a sua ausência...sei que a senhora sempre está comigo...nem um dia sequer fico sem pensar em você.Mesmo separadas pela vida, estamos juntas no coração.
Mãe....te amo prá sempre.
Anelise.
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.